O Xisto de Burgess é considerado um dos mais importantes locais paleontológicos pois permite uma visão única sobre o episódio evolutivo denominado por explosão câmbrica.
Este episódio é caracterizado por uma incrível diversificação dos seres vivos, com o aparecimento de inúmeras formas. No Xisto de Burgess foram preservados com enorme detalhe uma enorme variedade de organismos, a grande maioria dos quais não possuindo estruturas rígidas, o que condiciona muito o seu potencial de fossilização. No entanto, através de uma combinação de factores, especialmente um enterramento rápido em ambiente pobre em oxigénio, permitiu a conservação desta fauna, facultando uma janela para a verdadeira diversidade Câmbrica.
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O Xisto de Burgess data do Câmbrico médio (cerca de 505 Milhões de anos), tendo sido depositado no extremo ocidental da Laurencia, antigo continente situado a latitudes equatoriais e formado por partes da Europa e América do Norte.
O clima era provavelmente mais quente e uniforme que hoje em dia. Os organismos encontrados habitariam zonas recifais pouco profundas quentes do Mar Skauk, em ambientes bem oxigenados na zona fótica (inferências de abundantes registos de organismos fotossintéticos).
Cerca de 140 espécies pertencentes a 119 géneros estão representadas nestes depósitos, incluindo muitas cuja taxonomia permanece pouco clara. Aproximadamente 98% dos fósseis encontrados no Xisto pertencem a organismos de tecidos moles, facto notável uma vez que o registo fóssil apenas costuma preservar organismos dotados de estructuras rígidas tais como carapaças ou dentes.
Esta preservação delicada permite uma visão biológica única para um episódio crítico na história da evolução animal. A associação faunística encontrada era dominada por artrópodes, estando também representados esponjas, anelídeos, braquiópodes, equinodermes, moluscos e alguns dos mais antigos cordados conhecidos. A maioria destes animais era bentónica.
Quanto ao modo de alimentação, verifica-se uma enorme variedade, característica da explosão câmbrica (até este evento, não se conhecem predadores), existindo animais filtradores suspensívoros activos e passivos, detritívoros, necrófagos e predadores activos. Para além da macrofauna, também foram preservados inúmeros microfósseis, tais como bactérias e cianobactérias.
fonte
http://www.georoteiros.pt/georoteiros/apagina/A_licoesdetalhe.aspx?IDlicao=17&capitulo=33&pLetra=&ACTIVO=%200&TITULO=&TIPO_tema=&lista=2
Início 
10/19/2006, 02:59
